4 de outubro de 2009

Take it easy, my brother.


Ser unanimidade é difícil. Ser unanimidade positiva, mais ainda. Jorge Ben Jor é uma delas. E seu show é a prova irrefutável disso: centenas de pessoas das mais variadas idades e tribos juntaram-se no último sábado (03/10) para ouvir seu samba-soul-groove-africano. Muitas dessas pessoas sequer eram nascidas quando ele escreveu suas obras-primas. Mas isso é detalhe. Genialidade é eterna, não respeita barreiras temporais. É impossível não abrir um sorriso ao escutar o refrão de “Taj Mahal”. Jorge Ben, com canções escritas há décadas, é atual. É vibrante. É inspirador.

Todo vestido de branco, com sua guitarra em mãos e a Banda do Zé Pretinho no suporte, Jorge mostra uma vivacidade invejável. “Zazueira”, “Que pena”, “País Tropical”, “Fio Maravilha”, “W/Brasil”, “Mas que nada"... De tantos sucessos, seu show poderia durar 6 horas. O cantor se esforça para dar conta da maioria deles, e só consegue fazendo pout-pourris. Mesmo assim, permanece no palco por três horas. Os espectadores - que não param de dançar - se deliciam com uma história de quatro décadas, deliciosamente cantada por seu protagonista.

Não falta nada num show de Ben: cotidiano, esoterismo, futebol, mulheres - e quantas! - têm espaço nas suas letras. África, Brasil, Europa, América são sintetizados no suingue desse gênio. E ainda há tempo para relembrar outro que, segundo ele, “está no céu”: “Do Leme ao Pontal” de Tim Maia empolgou igualmente o público.

Noite inesquecível para mim. Primeira apresentação que assisti do Cara. Vai ficar pra sempre guardada. Foi magnético. Mas tudo tem seu limite! Nem me importei em fazer a pequena heresia de mudar um trecho da letra para cantar que “sou Vasco e tenho uma nega chamada Teresa”. Jorge Ben tem o grave defeito de torcer pelo rubro-negro da Gávea. Sem dúvidas, ninguém mesmo pode atingir a perfeição...




   Para a posteridade


P.S. 1: Desculpem o tom mais pessoal do post, não é o objetivo do blog, mas achei que fosse o caso. E é.

P.S. 2: Ia falar de Rio Olímpico, mas esse assunto já foi comentado por gente que entende mais. Contudo, falando de Jorge Ben, não deixo de falar do espírito carioca, que venceu em Copenhague.

4 comentários:

  1. Quando eu vou a show dele não consigo cantar "Fio", só sai "Túlio Maravilha faz mais um pra gente ver". Aliás, convenhamos, Túlio foi muito mais que Fio. Na família maravilha, o Fio é o mais fraquinho mesmo.

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  2. Já que puxou pro tom pessoal, poderia ter comentado o momento em que o Jorge Ben ouve o seu pedido e começa a tocar "Take it easy". Eu nem acreditei, achei bárbaro. Mas ninguém estava curtindo o show mais do que o "Baiano" de Tropa de Elite. O cara estava ligado na tomada, não é possível. Hahahahhaha...

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  3. Fato que Jorge Ben apresenta o melhor show do Brasil !
    Belo post, Teteus !

    Abração

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  4. A musicalidade do brasileiro é inquestionável e artistas como Jorge Ben são atemporais, suas musicas sempre atuais são apreciadas ( CONSUMIDAS ) por todos aqueles que curtem o que é bom, como voce diz o seu público é o mais variado possível e certamente se delicia sempre com apresentações como a que voce teve a felicidade de assistir. Vida longa para ele e para nós para que possamos continuar a curtir País Tropical, W/Brasil, Fio Maravilha e etc...

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