13 de março de 2010

Em defesa do Rio. Mas sem choradeira.

Essa semana, a notícia da aprovação na Câmara dos Deputados da chamada Emenda Ibsen agitou o país. A emenda, que ainda tem que passar pelo senado e pelo presidente Lula, prevê a redistribuição de royalities do pré-sal e pode prejudicar o estado do Rio de Janeiro em mais de sete bilhões de reais. Era de se esperar que as autoridades fluminenses erguessem suas vozes contra a medida. E foi o que aconteceu.
É difícil encontrar alguém com a razão nessa história. Quem será beneficiado, considera-a justíssima. E quem será lesado, tem todo o direito de reclamar. Mas a maneira como reclamam, considero um pouco enfadonha e ultrapassada. O governador Sérgio Cabral reagiu da seguinte maneira:
“Eu acho que foi feito um linchamento contra o Rio de Janeiro. Na história do estado houve algumas decisões que o prejudicaram, como por exemplo, a mudança da Capital Federal para Brasília. Em um estado de direito democrático nunca vi nada parecido, tratando o Rio e a legalidade dessa forma.”
É sempre a mesma lenga-lenga! Qualquer coisa negativa que acontece com o Rio, a mudança da capital é lembrada. Insinua-se que um conluio histórico e vigente contra o estado é o responsável pelo estado lastimável que as coisas estavam por aqui. Não é bem assim, sabemos disso. É claro que os fluminsenses foram prejudicados com a transferência para Brasília. Mas, a isso some-se décadas de má-administração e corrupção. Sérgio Cabral está tentando recuperar o tempo perdido, e até vem conseguindo êxito. Mas não faz sentido adotar esse discurso datado.
Enfim, como morador apaixonado pelo Rio de Janeiro, espero que os governantes fluminenses unam-se e consigam uma alternativa vantajosa para o estado. Esses royalities são de vital importância para nosso desenvolvimento. Mas não será com essa atitude belicosa e “coitadista” que eles conseguirão. Isso é certo.
             
Chora não, Governador. Vai fazer política, dá mais certo.

9 de março de 2010

Radicalismo Pay-Per-View

Há quase uma década, um programa televisivo vem despertando variadas opiniões nos brasileiros: o Big Brother Brasil. O Reality-Show importado pela Globo ganhou calorosa recepção por aqui e aninhou-se: já está na décima edição.
Não sou desses que enxergam a atração como “lixo alienante”. É até divertido. Acompanho de vez em quando, mas também não vejo nele grande relevância cultural. É um entretenimento fácil. Que, descontadas as canastrices dos participantes, mostra como as relações humanas são complicadas. Além, claro, das gostosas. Tem a mesma função “relaxante” dos filmes pipoca da Tela Quente e grande potencial para virar assunto em bares e filas de banco. Só isso. Ou pelo menos deveria ser só isso.
Mas o negócio ganha contornos de seriedade: fãs de diferentes participantes ofendem-se pela internet; acusam a Globo de manipulação (apenas no BBB, que fique claro); um blogueiro oferece prêmio de 50 mil reais para eliminar um competidor; fãs (???) tatuam (!!!) assinatura de ex-BBB... Inacreditável: uma turma tão bovina com outros assuntos veste-se de Ho Chi Mihn quando o Bial começa a filosofar.

            
Épica batalha entre um Dicésarista e um Douradiano em algum fórum da internet.

Das duas uma: ou essa galera relaxa e começa a ver o programa como vê uma novela, ou confinar a nossos deputados, submetê-los à provas de resistência e dar festas temáticas pode surtir algum resultado.

ps.: Assunto muito bem sugerido por @afonsomsoares